Um novo golpe vem chamando a atenção das autoridades em todo o país por conta da quantidade de vítimas que tem feito nos últimos dias: o golpe da maquininha de cartão com o visor quebrado.

Uma grande parcela de consumidores desavisados tem informado suas senhas pessoais ou confirmando compras sem enxergar totalmente o valor cobrado no aparelho. 

Em entrevista ao UOL, o advogado Igor Marchetti alertou sobre o perigo das maquininhas com visor danificado e disse que a melhor maneira de evitar esse tipo de golpe é priorizar as transações financeiras diretamente através dos aplicativos. 

Para o advogado, é importante evitar o contato direto para pagamento justamente por ele vulnerabilizar a relação entre o cliente e o entregador. No caso de transações indevidas por meio de uma plataforma, fica muito mais fácil questionar a empresa e buscar uma solução. 

Marchetti diz que os consumidores devem desconfiar de quaisquer taxas cobradas por fora do que já foi pago inicialmente pelo serviço. Caso aconteça, o cliente deve questionar a alteração no aplicativo para confirmar a veracidade da alteração antes de realizar o pagamento. 

Os aplicativos de comida – como iFood e Rappi – reiteram que todo pagamento online é final, e que não existem taxas cobradas além do que foi acordado ao finalizar a compra.

Se mesmo assim o cliente resolver seguir com a operação, ele deve verificar com atenção as condições em que se encontra a maquininha de cartão. No caso de não conseguir visualizar o valor cobrado, ele deve recusar a cobrança imediatamente. 

Ainda segundo o advogado, é importante ser cauteloso e observar se o visor da maquininha mostra as informações necessárias. Outro ponto importante destacado por Marchetti é verificar se a senha fica visível ao ser digitada. Isso porque qualquer máquina deve ocultar os números com asteriscos. Se isso não acontecer, é provável que a senha esteja sendo clonada. 

Por fim, ele diz que é primordial para a segurança do usuário nunca compartilhar o código de segurança do cartão de crédito com outras pessoas fora dos aplicativos em que ele é cadastrado. 

Mesmo o golpe da maquininha sendo recente, suas vítimas não devem ficar desamparadas de auxílio policial. Isso porque ele é qualificado como estelionato, e se enquadra no artigo 171 do Código Penal brasileiro. 

Para quem cair no golpe, o primeiro passo deve ser entrar em contato com o banco emissor do cartão para que ele bloqueie a transação e estorne o valor à conta. Depois, é preciso entrar em contato com a plataforma que o golpista usou para aplicar o furto e informá-los do ocorrido. Por fim, deve-se fazer um boletim de ocorrência.