A bolsa de valores brasileira surpreendeu os investidores do mercado de ações na última quarta-feira (02/020 em meio às expectativas sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e o Ibovespa caiu antes do anúncio da Selic, recuando 1,18% a 111.894 pontos no início da tarde. A queda do índice de referência suspendeu a alta divulgada nos últimos dias, e o dólar se manteve estável, subindo 0,03% a R$5,2760 até o fim do pregão.

A decaída dos papéis vem logo após a divulgação do balanço anual das grandes empresas do setor financeiro, que tem um grande peso dentro do Ibovespa. A maioria dos bancos operou em queda, com destaque para o Santander, que apresentou resultados abaixo do esperado pelo mercado. Nesse sentido, apenas os papéis da Positivo ON tiveram alta no pregão, fechando a 1,62%. No entanto, as ações ainda acumulam perdas de 13,58% só este ano.

Logo após o encerramento do mercado, o Copom anunciou o aumento de 1,5 ponto dos juros básicos do país, o terceiro acréscimo consecutivo, e que eleva a taxa para 10,75% ao ano. Aumento esse que já era previsto pelos principais economistas do país na última semana. 

Com a decisão de aumentar o custo de crédito, o Comitê de Política Monetária contribui de forma direta para o combate à inflação ao retirar dinheiro de circulação na economia do país. As taxas de juros maiores também atraem investidores estrangeiros a aplicarem em renda fixa brasileira e reduz os riscos de uma fuga de capital para a compra de títulos do Tesouro Norte Americano, que em breve deve passar por uma alta nos juros implementada pelo Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos. 

Além disso, a estratégia do aumento da Selic pelo Copom também tem como objetivo evitar a carência da moeda americana no Brasil, dificultando as altas exorbitantes do dólar, que é um dos agentes responsáveis pela alta da inflação. 

Mesmo com o resultado no fim do pregão da última quarta-feira, o Ibovespa continua acumulando altas neste ano. Alguns economistas atribuem este fato aos ajustes do aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e na tentativa do Federal Reserve em domar a inflação norte-americana. A expectativa é que o Fed eleve o custo dos empréstimos em 0,25% ao longo do ano, com cerca de até cinco reajustes.