Embora as criptomoedas e mercado blockchain tenham tido uma trajetória de baixas desde o ano passado, a importação de criptoativos segue crescendo e batendo recordes desde 2021. Mas, afinal, o que são os criptoativos? Eles nada mais são do que bens virtuais, não pertencentes ao mundo físico, com registros digitais e protegidos por criptografia. Aliás, um dos criptoativos mais populares desde o ano passado, os NFTs têm causado rebuliço no mercado blockchain.

Os NFTs, ou token não-fungíveis, tem se tornado febre principalmente entre os famosos. Nesse sentido, marcas famosas e grifes de moda tem se unido em lançamentos de produtos digitais, estimulando principalmente o mercado de luxo. Famosos como Neymar, Snoop Dog, Britney Spears e Eminem chegaram a investir milhões de dólares em NFTs nos últimos tempos.

Desse modo, a comoção em torno de ativos digitais acaba tornando desejável a compra e importação de criptoativos, e o valor bateu recorde em 2021, chegando a movimentar US$6 bilhões. Ademais, as criptomoedas, que haviam passado por um período longo de queda, mostraram recuperação significativa na última semana de janeiro desse ano, contribuindo ainda mais para a alta do mercado blockchain.

No entanto, a compra desses ativos acabou aumentando o rombo em contas no exterior, que chegou a US$28,1 bilhões em 2021. Isso porque essa importação de criptoativos consiste apenas na venda por um não residente a um residente. Dessa forma, não há registros aduaneiros, o que significa que não há como colocar as transações na balança.

Desde 2017 que o Banco Central alerta que moedas virtuais não possuem nenhuma garantia de autoridades monetárias. Ou seja, não podem ser lastreadas e seu risco fica única e exclusivamente com seus detentores. No entanto, mesmo com o aviso do Banco Central, a bolsa de valores brasileira, o B3, já anunciou que deve passar a ofertar produtos e serviços para criptomoedas. Ainda que seu interesse não seja em competir com corretoras desse segmento, a B3 pretende expandir suas receitas de forma a aproveitar uma fatia desse mercado em constante crescimento.

Em contrapartida, o Banco Central já anunciou a implementação do real digital em até três anos. No que diz respeito aos criptoativos, o real digital seria totalmente diferente, já que possuiria as características de uma moeda, emitida por autoridade monetária. Além disso, o real digital também garantiria maior segurança em contratos inteligentes, compras e vendas de criptoativos, e uso em geral. Atualmente, já são 22% da população utilizando criptomoedas em transações comerciais.