Embora o mercado de ações farmacêutico esteja em queda há algumas semanas, ele ainda é mira certa de alguns investidores. Na verdade, desde o início da pandemia que a alta demanda por medicamentos e adição de oferta de serviços tornou favorável o crescimento desse segmento, registrando maior lucro. No entanto, as ações de farmácias em queda geram dúvidas em quem pretendia investir nessas ações. Entenda mais a seguir.

Durante a pandemia, muitos investidores voltaram sua atenção para as ações farmacêuticas na Bolsa de Valores brasileira. Segundo o analista de ações Daniel Namur da AZ Quest, corretora de investimentos, essa atenção toda aconteceu, pois as ações de farmácia estão ligadas diretamente aos testes de Covid-19. Além disso, o aumento de demanda por medicamentos e serviços que a pandemia acabou gerando contribuiu para aumentar lucros e gerar maior investimento em ações.

No entanto, mesmo com um momento propício de avanço financeiro, vemos as ações de farmácias em queda na Bolsa. Aliás, apenas Hypera Farma, Ourofino S/A e Biomm acabaram com um desempenho positivo anual, segundo a Economatica. Além disso, com a inflação em alta, a perspectiva não é favorável para as ações de farmácias esse ano. Ainda assim, alguns analistas dizem que pode haver oportunidades interessantes de investimento nesse segmento.

Desse modo, Daniel Namur ainda ressalta que com o reajuste da CMED, Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, em 10% para abril os ativos desse setor podem se tornar favoráveis. Nesse sentido, a Raia Drogasil se destaca com o desempenho de suas ações recentemente. Dessa forma, abre-se uma oportunidade favorável para aplicação, já que a empresa tem um forte posicionamento no mercado.

Por pertencerem a lista de estabelecimentos de serviços essenciais, as farmácias não foram impactadas com a redução de horário de funcionamento imposto pelos decretos na pandemia. Na realidade, como já mencionamos, houve um aumento do lucro e alguns relatórios apontam até 21% de alta em 2021. Segundo a XP Investimentos, os novos serviços oferecidos acabaram criando um ecossistema favorável, atendendo ao máximo as necessidades dos consumidores.

Contudo, segundo o analista João Daronco da Suno Research, consultoria de investimentos independente, as ações das farmácias em queda mostram apenas que a tendência desse movimento é diminuir. Ou seja, a longo prazo esse aumento de serviços que gera lucro não deve ser relevante já que ele vai durar apenas enquanto durar a pandemia. Logo, ele pede cautela na hora de considerar os investimentos.